Nos últimos anos, a visão de que os dependentes químicos sofreram de uma doença que limitava seu controle sobre suas próprias ações vem sendo recuperada pela visão de autocontrole. Ou seja, uma visão que coloca em evidência a contribuição do indivíduo através de seus pensamentos e ações na sua dependência de drogas.
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O objetivo dos profissionais é livrar os indivíduos da dependência. Para este objetivo, a maioria desses profissionais sugere, primeiramente, um período imediato de desintoxicação, ambulatorial ou hospitalar. Esta primeira fase do tratamento, apesar de sofrida, não é a mais difícil. A dificuldade é evitar as recaídas e reativar a vida social desses dependentes sem o uso da droga. Esse é o grande desafio enfrentado por nós, profissionais da saúde.
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Os cognitivistas afirmam que a manutenção da abstinência em dependentes químicos pode estar relacionada à forma como o indivíduo interpreta a si mesmo, o mundo e o futuro. Se suas opiniões são negativas e os indivíduos são vítimas de estresse, a probabilidade de dependência de drogas aumenta, principalmente se uma pessoa tem expectativas positivas sobre os efeitos da substância. Na verdade, a literatura nos mostra que os estados emocionais negativos, como a ansiedade, frustrações, raiva ou depressão, respondem por 35% de todas as recuperadas. Os conflitos interpessoais responderam por 16%, e a pressão social por 20%.
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Se o indivíduo está comprometido com a abstinência, um único lapso é percebido por ele como um fracasso. Esse fracasso o conduz a sentimentos de culpa. Se ele culpa a si mesmo pelo lapso, isso aumenta ainda mais o sentimento de fracasso, que o leva a uma posição de impotência, celebrando então a violação da abstinência.
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Portanto, identificar os sinalizadores que levam o indivíduo a experimentar drogas é de fundamental importância. Você deve ficar atento às situações nas quais ele se sente incapaz de lidar. Isso pode levá-lo ao consumo da droga como uma estratégia compensatória, ou seja, usar a droga como uma forma de minimizar seu sofrimento diante de situações perturbadoras.
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Essa é uma das dicas que os cognitivistas chegaram depois de estudar diversos casos com dependentes químicos. A partir daí, começamos a desenvolver técnicas para um resultado mais eficaz. Técnicas essas utilizadas hoje por especialistas em terapia cognitiva. O objetivo da terapia cognitiva consiste em ensinar habilidades efetivas de solução de problemas e estratégias de enfrentamento para lidar com a dependência, assim como alterar, sempre que possível, a predisposição subjacente para usar drogas ou engajar-se em outro comportamento mal-adaptativo.
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Resumidamente, a depressão, a ansiedade e a raiva são emoções negativas que podem agir como acionadores, e a terapia cognitiva oferece métodos eficazes para seu manejo. Essa terapia trabalha inicialmente com os fatores ambientais e psicológicos específicos dos sinalizadores e cognições, e depois move-se para os aspectos mais gerais das influências e papéis, que são importantes na manutenção do abuso de drogas.
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